Modelando "serviços" de negócio, aplicação e infraestrutura tecnológica

Architecture is (in part) “the art of leaving out irrelevant details”. Leaving out details, sadly, often derails into religiously ignoring details. The key word, however, is ‘irrelevant’: as the Chinese proverb says: people stumble over molehills, not over mountains. An architect consciously leaves out details that he or she has decided are irrelevant to the decisions to be made.
Gerben Wierda

Sob a perspectiva da arquitetura corporativa, o conceito de “serviço” tem um significado amplo, explicado em três camadas. Primeiro, há o entendimento de “serviço” sob a perspectiva de negócio – ou seja, um “comportamento” exposto por um ator (pessoa, departamento, divisão negócios) para seu contexto de atuação. Segundo, há o entendimento de “serviço” sob a perspectiva de aplicações – ou seja, software que dá suporte a execução das atividades previstas para o “serviço de negócio”. Finalmente, há o entendimento de “serviço” sob a perspectiva de tecnologia – ou seja, o aparato tecnológico necessário para suportar os “serviços de aplicação” que, por sua vez, suportam os “serviços de negócio”.

O esforço para a modelagem dos serviços aproxima  a arquitetura corporativa do design do negócio e serve de “ponto de partida” para as práticas de outras arquiteturas como, por exemplo, solução, software e infraestrutura. 
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Explicitando o que é necessário para um “serviço do negócio”

Uma boa forma de “explicar a individualidade” de uma organização é explicitar os serviços que ela presta. Por exemplo, uma loja de eletrônicos que, além de vender, realizar reparos e “tirar dúvidas de uso”, seguramente será diferente de outra que “apenas vende”.

Os “serviços” de um negócio constituem seu fundamento, são os meios principais para o atendimento do propósito. Os serviços representam o que é visível em um negócio – a essência da organização operacional – que gera e coleta resultados.
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Do Tech ao Biz

Diferenciando Estratégia, Tática e Operação

São nos resultados da operação, ao longo do tempo, que ficam demonstrados os impactos das melhorias implantadas nas iniciativas estratégicas – com a ajuda das práticas de arquitetura corporativa.

Nesse capítulo são explicados os conceitos de estratégia, tática e operação.

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Os serviços de uma organização não se realizam sozinhos – eles são a expressão das capabilities desenvolvidas na empresa – tangibilizadas em papéis (com responsabilidades específicas), processos e artefatos.

O diagrama indicado abaixo aponta algumas “questões a responder” quando se está “modelando” um serviço de negócios.

Que serviço está sendo modelado? Como será demandado ou acompanhado? Que atividades serão necessárias para a prestação do serviço? Quem fará o trabalho?  Que artefatos serão gerados? 

Na visão do modelo, indicada no diagrama acima, por exemplo, temos a modelagem de um serviço hipotético de “suporte técnico a clientes” que responde as questões propostas. Está “respondido” que o meio de contato com o suporte é e-mail, que as atividades tem relação com “Suporte de Nível 1” e são executadas por um atendente de suporte. Além disso, que registros de atendimento são gerados.

Relacionando “serviços do negócio” com software

Todas as atividades relevantes, em empresas de qualquer setor, são suportadas direta ou indiretamente por software. Por isso, é importante explicitar as relações entre serviços de negócio e as aplicações que a organização utiliza.
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Na abstração, indicada no diagrama acima, sugere-se que as perguntas que “começam” o pensamento para arquitetura de um software têm relação íntima com a modelagem de um serviço de negócio.

Como features de software poderiam colaborar com o trabalho? Como elas deveriam ser acessadas? Em qual software da organização essas features deveriam ser implementadas? Quais são as principais demandas funcionais dessas features? Quais serão os “dados persistentes” serão produzidos?

A visão do modelo, indicada no diagrama acima “conecta” o serviço de aplicação “Customer Supporting” as atividades necessárias para o cumprimento do serviço de negócio “Customer Technical Support“.

No diagrama, sugere-se que as atividades de “suporte nível 1” devam ser suportadas por um software CRM, acessível através de um “cliente web”, que oferece tracking de interações e um KB. Também fica indicado que os “registros de atendimento” são “materializados” com cadastros de clientes e registros de interações.

Arquitetura de soluções

Uma vez que a arquitetura corporativa expressa a relação de alto nível de componentes necessários para atender o negócio, cabe a arquitetura de soluções identificar a melhor forma de “implementar” tais componentes. Eventualmente, isso implica na contratação de recursos prontos (no exemplo, a aquisição de uma solução de CRM), ou ainda, na especificação de demandas para o desenvolvimento de software novo, demandando atividades de arquitetura de software.

Definindo arquitetura de software e o papel do arquiteto

Manual do arquiteto de software

As atividades relacionadas a arquitetura de software nem sempre são entendidas, assim como o papel do arquiteto de software. Entretanto, são essenciais para garantir a competitividade em organizações digitais. O arquiteto de software parte das definições explicitadas na arquitetura corporativa para “orquestrar” o desenvolvimento de software.

Nesse capítulo, explico o que é arquitetura de software, bem como o papel do arquiteto.

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Relacionando “serviços do negócio” e software com a infraestrutura tecnológica

Para atender as demandas do negócio, software demanda infraestrutura tecnológica.

A abstração proposta acima sugere questionamentos importantes para determinar a infraestrutura tecnológica adequada, para suportar aplicações que, por fim, viabilizam a execução de serviços de negócio.

Qual é a contribuição esperada da infraestrutura tecnológica para o negócio? Que recursos devem ser disponibilizados e como eles irão ser acessados? Que capacidades tecnológicas precisam ser provisionadas?

Na visão do modelo, indicada no diagrama acima, entendemos que a infraestrutura tecnológica suporta a ferramenta de CRM, fornecendo mecanismos para armazenamento dinâmico e estático. Uma base de dados Oracle precisará ser mantida, bem como suporte a execução de aplicações .NET e um sistema de arquivos – tudo em servidores on-premises.

Para pensar…

As visões de modelo, expressas nos diagramas desse capítulo, mostram a abrangência da arquitetura corporativa na modelagem de serviços. Há, pelo menos quatro especialidades envolvidas: negócios, soluções, software e infraestrutura tecnológica. Cada uma delas com complexidades inerentes e especificidades. Ou seja, o “projeto de serviços” é naturalmente complexo. Enquanto isso, a competitividade, em empresas modernas, depende da excelência dos serviços na operação de negócios – que é corroída pela complexidade. 

É fácil reconhecer que uma das maiores contribuições da arquitetura corporativa está na orquestração das atividades de especialistas, mitigando complexidades predatórias. Sem a devida orquestração, é fácil que sejam desenvolvidos “serviços de aplicação” sobre ou subdimensionados  para suportar os “serviços de negócio”. Da mesma forma, é fácil que a infraestrutra tecnológica fique desajustada, cara demais ou insuficiente, frente aos benefícios proporcionados.

Os relacionamentos explicitados nas visões de modelo fornecem, além de clarificação, capacidade de rastreamento das justificativas decisões – colaborando para o ganho de assertividade.

// TODO

Antes de avançar para o próximo capítulo, recomendo as seguintes reflexões:

  1. Como são “orquestradas” as atividades de design de negócio, arquitetura de soluções, arquitetura de software e infraestrutura tecnológica em sua organização hoje?
  2. Como as decisões técnicas, tanto em software quanto em infraestrutura tecnológica, são “justificadas” na sua organização?

Referências bibliográficas

OPEN GROUP, The (org.). Archimate 3.1 Specification: business layer.  Disponível em: https://exco.me/3szmgW9. Acesso em: 23 fev. 2022.

OPEN GROUP, The (org.). Archimate 3.1 Specification: aplication layer.  Disponível em: https://exco.me/35R6BZD. Acesso em: 23 fev. 2022.

OPEN GROUP, The (org.). Archimate 3.1 Specification: technology layer.  Disponível em: https://exco.me/3tZKmZI. Acesso em: 23 fev. 2022.

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AUTOR

Elemar Júnior

Fundador e CEO da EximiaCo, atua como tech trusted advisor ajudando diversas empresas a gerar mais resultados através da tecnologia. 

COAUTOR

Juares Rigotti

Consultor estratégico na EximiaCo, habituado a solucionar problemas complexos – equilibrando pessoas, processos e tecnologia – de maneira simples.

Mentoria em

Arquitetura Corporativa

Como estruturar as práticas de arquitetura corporativa e gerar os artefatos base para acelerar geração de resultados.

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