Empresas modernas, com melhores fundações para a execução, são aquelas que conseguem conectar (combinar) atividades do negócio com tecnologia, do jeito certo.
Definição: Arquitetura de Negócios
A arquitetura de negócios, como prática, reflete na análise formalizada de componentes e relacionamentos no domínio organizacional. Ela trata das estruturas de governança, processos e de informações de negócio.
O produto da arquitetura de negócios é o modelo operacional da organização, incluindo como áreas são estruturadas e integradas, com base na cultura, intencionalidade e planejamento da estratégia.
Cabe ao arquiteto corporativo orquestrar e conectar as iniciativas de arquitetura do negócio para garantir o alinhamento com TI.
![]() | ![]() Considerações sobre o modelo operacional Pensamento estratégicos Falar sobre práticas de arquitetura corporativa, especializadas ao negócio, demanda entendimento das influências que pessoas do business consideram. Neste capítulo falo sobre competição, proposição de valor, entre outros conceitos importantes para definição do modelo organizacional. |
Dimensões-chave de um modelo operacional: integração e padronização
Modelos organizacionais variam em duas dimensões-chave relevantes: padronização e integração. Ambas dimensões com implicações relevantes para arquitetura corporativa.
![]() | ![]() Enterprise Architecture As Strategy A definição do modelo operacional a partir de demandas por padronização e integração é apresentada em detalhes neste excelente livro. |
A padronização é expressa é expressa em processos bem definidos de negócio e sistemas de informação, indicando “como as coisas funcionam”, em cada cenário, independente dos envolvidos. Ela ajuda a melhorar a eficiência e a previsibilidade dos resultados da organização, permitindo que atividades de diferentes unidades de negócio sejam mensuradas, comparadas e melhoradas.
A integração acontece pela “organização” das dinâmicas de trabalho em torno de um mesmo conjunto de dados compartilhados. Esse compartilhamento “atravessa” os diversos processos de uma empresa permitindo interações ponta-a-ponta com clientes, fornecedores, parceiros e demais stakeholders.
Das duas dimensões-chave – integração e padronização – desdobram-se em quatro tipos distintos de modelos operacionais: unificação, diversificação, coordenação e replicação.
Modelando o “modelo operacional”
A modelagem do modelo organizacional de uma organização pode ser sintetizada pela explicitação e aprimoramento de quatro aspectos fundamentais:
- Processos de negócio core – ou seja, um conjunto reduzido e relativamente estável de processos com amplitude organizacional, necessários para que uma organização consiga responder adequadamente a oportunidades e ameaças do mercado.
- Dados compartilhados na execução dos processos core – incluindo perfis de clientes, fornecedores e parceiros nas diversas linhas de produto, detalhando a cadeia de suprimentos.
- Principais tecnologias-chave para integração e automação – incluindo soluções middleware e principais sistemas da organização (CRM e ERP), canais tecnológicos (portais e aplicativos)
- Principais clientes
O arquiteto corporativo deve garantir que todos estes aspectos estejam devidamente explicitados e presentes no modelo. Eventualmente, pode ser interessante produzir uma visão do modelo sintetizando esses aspectos em uma espécie de core diagram.
Especificidades de “modelos operacionais unificados”
Modelos operacionais que se destacam pela “unificação”, tem alta demanda de padronização e de integração.
O trabalho da arquitetura corporativa, nesses cenários, começa pela descoberta e explicitação de quais são os principais segmentos/nichos de mercado que a organização atende. Em seguida, pela relação de quais são os processos-chave que devem ser padronizados e integrados. finalmente, discute-se que tecnologias, que suportam esses processos, precisam ser, também, integradas ou padronizadas.
No template indicado acima, fica sugerido um formato genérico para um core diagram de organizações que funcionem com modelos operacionais unificados.
Especificidades de “modelos operacionais diversificados”
Modelos operacionais que se destacam pela diversificação se destacam por pouca integração ou padronização. Na prática, são os modelos operacionais que menos demandam esforços de arquitetura corporativa.
Nesses cenários, a ênfase da arquitetura corporativa deve ser identificar oportunidades de ganhos de escala, incluindo potenciais serviços compartilhados (para formação de um CSC) e padronização de tecnologias/fornecedores.
Especificidades de “modelos operacionais coordenados”
Modelos operacionais que se destacam pela coordenação se destacam por alta demanda de integração e baixa padronização.
Nesses cenários, a prática da arquitetura corporativa começa pela descoberta e explicitação de quais são os principais segmentos/nichos de mercado que a organização atende. Em seguida, por dados que precisam ser integrados em todas as frentes de negócio (eventualmente com alguma análise dos processos locais) e processos de “orquestração/integração”.
Eventualmente, pode ser interessante destacar tecnologias de integração que estão sendo utilizadas.
Especificidades de “modelos de operacionais replicados”
Modelos operacionais que se destacam pela replicação se destacam por alta demanda de padronização e baixa integração.
Nesses cenários, a prática da arquitetura corporativa começa pela explicitação dos processos-chave. Em seguida, pelas tecnologias para integração e automação (hub & spoke) – ponderando, eventualmente, sobre dados não replicáveis de processos clientes.
// TODO
Antes de avançar para um outro capítulo, considere ponderar as seguintes questões:
- Quais são as demandas de integração e padronização no modelo operacional da empresa onde você atua?
- As iniciativas tecnológicas atuais estão de acordo com o que está explicitado no modelo operacional?
- Quais seriam os benefícios de produzir um core diagram em sua organização?