Transformação é palavra cada vez mais comum no vocabulário corporativo. Nas agendas da alta gestão, incluindo os conselhos, é cada vez mais frequente encontrar espaços dedicados a transformações organizacionais, sejam elas digital, ágil ou social.
O ritmo tão acelerado das mudanças tem demandado a implantação de rupturas articuladas em intervalos cada vez menores para criar e suportar vantagens competitivas. Enquanto isso, a pressão por eficiências e eficácias operacionais obriga o combate às complexidades predatórias. A dimensão de uma transformação organizacional é dada, exatamente, pela relação da relevância das rupturas implementadas em face ao volume das complexidades eliminadas.
Os esforços para a transformação são e precisam ser suportados pelas atividades relativas a arquitetura corporativa. Afinal de contas, tanto as rupturas articuladas quanto as complexidade predatórias são observadas ou causadas nos elementos da organização – processos, aplicações, dados e infraestrutura -, suas interfaces e relações. Não há qualquer tipo de transformação sem evolução da arquitetura corporativa, que fica mais fácil com práticas assertivas e comprovadas.
Tanto a implantação de rupturas articuladas quanto, principalmente, o combate a complexidade predatória são mais fáceis pela gestão eficiente do repositório da arquitetura corporativa.
O que é o “repositório da arquitetura corporativa”?
As atividades relacionadas a arquitetura corporativa incluem o mapeamento dos elementos de uma organização – suas responsabilidades e relacionamentos – gerando, potencialmente, uma quantidade relevante de artefatos, geralmente diagramas. O combinado dos artefatos gerados no trabalho arquitetural, quando mantidos de maneira efetiva e organizada, dá origem ao repositório da arquitetura corporativa.
Um diagrama da arquitetura contempla pelo menos parte de uma visão do modelo de uma organização. Cada diagrama deve incluir apenas apenas aspectos relevantes às motivações de sua elaboração. Além disso, estará restrito a um momento específico (geralmente AS-IS ou TO-BE). O conjunto de diagramas elaborados para descrever a arquitetura de uma organização, então, combina diversas visões, é agnóstico (livre ou plural de motivações) e não está restrito a aspectos temporais.
Quando os diversos artefatos são produzidos e mantidos em ferramentas especialistas, formam uma espécie de banco de dados dos elementos permitindo, então, a realização de pesquisas sofisticadas. O mapa estratégico (BSC) relaciona processos e metas financeiras. O organograma de uma organização pode destacar pessoas e papéis que podem ser referenciados em um descritivo de processos. Um diagrama de componetes de um software referencia as atividades que este suporta. Um mapa da infraestrutura pode relacionar que aplicações são suportadas. Combinados, tais artefatos permitem inferir, por exemplo, impactos de manutenções em elementos da infraestrutura a aplicações, atividades, papéis e objetivos do negócio.
Como o “repositório” ajuda a mitigar a complexidade?
O primeiro passo para combater a complexidade é explicitá-la. O repositório da arquitetura corporativa ajuda muito nesse aspecto.
Muitas vezes, também, o repositório explicita desproporcionalidade no provisionamento de infraestrutura, aplicações e dados com processos, papéis e intencionalidade. Nesses casos, fica fácil entender custos diretos e indiretos. Acima de tudo, custos de oportunidade.
Como o “repositório” ajuda na implantação de rupturas articuladas?
Rupturas articuladas, embora fundamentais, não podem comprometer competências essenciais das organizações e, por isso, demandam olhar estratégico aguçado.
Olhar estratégico Olhar estratégico demanda maturidade em quatro perspectivas: holística, periférica, antecipatória e intuitiva. Preparamos um episódio do Tech & Biz, com vídeo e áudio para te ajudar a entender esses conceitos. |
Em nível corporativo, qualquer ruptura exige revisão de processos, papéis, sistemas, instalações e infraestrutura. Todos estes aspectos estão explicitados no repositório da arquitetura corporativa. Por ele, pode-se entender, não apenas o AS-IS, mas o que é impactado em qualquer mudança para geração de um TO-BE.
// TODO
Antes de avançar para o próximo capítulo, recomendo as seguintes reflexões:
- O contexto de negócios da organização onde atua tem demandado a implatanção frequente de “rupturas articuladas”?
- Como a organização identifica e atua na mitigação de “complexidades predatórias”?